VIAGEM
Viajo
algures.
Por
entre as cores do arco-íris quando tocam as ondas do mar. Ou
desafiam a brisa.
Ou
quando me provocam e abrem as portas ao infinito. Sem que haja um dia
marcado para voltar. Porque não quero voltar; quero libertar-me do
hoje...
Viajo
em sonhos.
Invento
Mundos; desenho-os em cores exóticas. Nas minhas cores exóticas e
loucas, porque falam de luminosidade, de alma. Essa alma que sonha em
mim e me dita as palavras.
Viajo
em mim.
Sem limites. Sem dor. Apenas
com o olhar. Ou o riso que se revela franco, cristalino como nunca o
ouvi. E porque tanto anseio...
Viajo,
simplesmente viajo.
Não para outro País, outro
Continente. Descubro-me; penso-me sem nós que me atem, controlem.
Porque o Mundo assim escreve e
eu obedeço. Sem que seja feliz...
Viajo,
livre.
Posso estender a mão e
apreciar a brisa, sem que me achem louca. E se for, gozo esse momento
de loucura por completo...
Continuo
a viajar
Mesmo quando a viagem física
acaba. Viajo sem rumo, exploro o prazer de momentos perfeitos.
De páginas em branco... Que
preencho devagar... A qualquer hora, com a palavra mais simples...
Poderia descrever a minha
viagem à Irlanda.... Falar sobre a razão de lhe chamarem a “Ilha
Esmeralda”, sobre a simpatia do povo.
Mas não diria nada de novo...
Seria apenas uma descrição e viajar é muito mais do que isso.
É o que fica guardado na
memória, é o impacto, é aquele sorriso que não se repetirá...
O sorriso com que escrevo
agora... Porque me lembro de como fui feliz naquela semana, com
aquelas pessoas, naquele País verde e molhado.
Mas é apenas um capítulo num
história que ainda não tem fim.
Porque ainda estou aqui e a
próxima viagem será sempre a mais importante, o fim de tudo...
Mas se acreditar que é o fim,
não estarei a assinar uma sentença de morte?
Por isso vou continuar a viajar
no labirinto da minha Mente.
RESPOSTA AO DESAFIO/TEMA
PROPOSTO PELA EDITORA PASTELARIA STUDIOS E PUBLICADO NA COLECTÂNEA
“AQUELA VIAGEM”
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