JACARANDÁ



Encontrei este poema de Eugénio de Andrade

Tenho o nome de uma flor
Tenho o nome de uma flor

quando me chamas.
Quando me tocas,
nem eu sei
se sou água, rapariga,
ou algum pomar que atravessei.

E associei com esta citação, que encontrei há que tempos num livrinho muito interessante:

"A amizade é como o perfume das flores. Derrama o seu aroma sobre aquele que está em sua presença." (Dugpa Rimpoché)


Sem tentar dissecar o verdadeiro sentido do poema e da citação, isto lembrou-me de:

como eu gosto:

do cheiro de terra molhada, remexida, pronta para um novo ciclo
da relva cortada recentemente e cheia de gotas de orvalho
da flor do jacarandá que havia no jardim, lá perto de casa e que não vai florescer mais

Como a vida passa depressa, nos torna frágeis e nos faz sentir a falta de uma coisa tão simples, como o jacarandá do jardim, que "morreu" talvez por não ter tido o cuidado que merecia.

Quem é que se lembra de um jardim obscuro, numa zona da cidade, que embora próxima da Baixa, é pouco importante?

P.S.: Poema de Eugénio Andrade do livro «As Mãos e os Frutos»


Comentários

Ant disse…
É uma pena, de facto. É que o tempo é pouco para os pormenores, não é?

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