NA INVICTA



Ontem, fomos severamente punidos
pelo desvario de 2ª Feira,
pela nossa alegria em ver finalmente o sol.
Ah, que alívio foi pensar que se podia arrumar (finalmente) as camisolas grossas e vestir os rosas claros e o branco,
enfim, cores frescas e diferentes
e principalmente,
com a máquina fotográfica em punho fotografar os fins de tarde cheios de esplendor desta cidade, que amamos inexplicavelmente.
Fica linda, poderosa ao fim da tarde a cidade;
nunca nos cansamos de fotografar
sempre os mesmos locais, porque
encontramos sempre qualquer coisa diferente,
com luzes esbatidas, discretas,
transbordantes de alegria e de orgulho.
E tudo isto desapareceu com as bátegas fortes, persistentes
e esmagadoras que rebentaram lá por detrás daquelas nuvens negras,
e em questão de segundos, crucificaram a cidade.
Ficou tudo descontrolado,
as caras voltaram a fechar-se,
foi-se buscar novamente os anoraks
e os guarda-chuvas,
as botas e os planos de ir às compras no fim de semana ficaram adiados.
Exactamente isso
– apenas adiados,
porque esta chuva vai ser vencida,
ou não fossemos nós a Invicta!

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