S VALENTIM
Eu a pensar que ia receber no Dia de S.Valentim aquele casaco de malha fininha, verde desmaiado…
Se o quiser, terei que ser eu a comprá-lo, pois estarei novamente sozinha nesse dia.
Pouco me importa, por isso, se codorniz com molho de chocolate é ou não o prato ideal para o Dia dos Namorados – nem gosto de codorniz nem de chocolate.
Impossível de acreditar?
Mas é a pura verdade –
há anos que perdi o prazer de trincar uma barra de chocolate, de a deixar derreter na boca e misturar-se com a saliva e só então, engolir.
Não sei o que aconteceu; tenho outros prazeres….
Como, por exemplo enviar um cartão a alguém, só pelo gozo que me dá de vasculhar e escolher o mais engraçado entre os milhares que há à disposição e saber que o vai apanhar completamente desprevenido.
Nunca sabe se o vai receber e se o receber, o que é que eu lhe vou dizer.
Não há nada entre nós; somos apenas amigos, o que intriga muita gente, que nele só vê o lado negativo.
Não vou falar desse lado negativo – conheço-o bem e embora seja feio responder a uma pergunta com outra, à pergunta que desejam ardentemente fazer e não têm coragem, resume-se a isto:
Onde estavam quando eu mais precisei de um amigo?
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