ESCREVO-TE II

Escrevo-te novamente, porque não consigo parar de chorar!
Será por causa do temporal que não me deixou dormir e na escuridão a minha imaginação concebeu um romance de amor, perfeito, digno dos Deuses do Olimpo?
Mas nem mesmo no Olimpo, tal coisa existe;
o que dizer, então, da raiva da Deusa Hera, quando soube que Zeus seduziu a princesa Alcmena?
Ou será porque, embora conformada, não aceito as desculpas esfarrapadas dadas para tudo terminar?
Será que a culpa foi minha?
Mas culpada de quê, se nada escondi?
Ou terá sido porque quis mais do que estavas preparado para me dar?
Não sei; nunca o saberei –
há coisas que não vale a pena esmiuçar; é deixar como estão e gozar os nossos momentos.
E, como é que nos podemos sentir sós, se temos Deus e amigos verdadeiros que zelam por nós?
Por isso, vou deixar o Inverno passar; talvez, quem sabe? a Primavera seja diferente e tu tenhas sido apenas um esboço do que poderá verdadeiramente acontecer um dia!
P.S.: Este texto, como o anterior, tem a forma de uma carta. É apenas o que eu escreveria se fosse convidada (!!!!) a escrever para a rubrica da Revista Pública “Perdidos no correio”.

Comentários

Peter disse…
Em minha opinião:

"há coisas que não vale a pena esmiuçar; é deixar como estão e gozar os nossos momentos"

Bj*

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